Lição 9 – Acharit há-iamim – O Fim dos Dias e o Juízo Final


Shabbat à tarde Ano Bíblico: 1Co 8–10

________________________________________

VERSO PARA MEMORIZAR:
“E a realeza, o poder e a grandeza de todos os reinos sob os céus serão entregues ao sagrado povo, servidor do Altíssimo, será eterno seu reinado e todos os governantes os obedecerão e servirão. ” (Daniel 7:27 – Bíblia Hebraica).

________________________________________

Leituras da Semana:
Daniel 7; Bereshit, Gênesis 3:8-20; 2Tm 2:19 – BJC; Tehillim,Sl 51:4; 2Co 5:10 BJC; Tehillim,Sl 96:11-13

O ensinamento das últimas coisas a respeito da morte, do juízo e da eternidade faz parte da crença judaica e está indissoluvelmente ligada a vinda do Mashiach e a ressurreição dos mortos. Durante a Era Messiânica haverá o grande Dia do Juízo para a humanidade para que possam participar do Olam Habá, quando os justos, após a ressurreição, serão reunidos no grande banquete do Mashiach.
Na nova Terra as pessoas que aceitaram os desígnios de Hashem terão acesso a Arvore da Vida e seu fruto será para a saúde das nações, sob essa magnifica árvore haverão as águas do Paraíso, rios de vida que irrigarão o mundo inteiro.
No livro de Orações há o Yigdal, que é recitado como um resumo dos Treze Princípios de Fé, diz: “no tempo do fim Ele (D’us) enviará o nosso Mashiach, para salvar a todos os que esperam pelo seu livramento final.” Daily Prayer Book, pág. 14. Hebrew Publishing Co., New York City 1949.
Para que essas promessas se cumpram será necessário ocorrer o grande julgamento de Sodoma e Gomorra, isto é, de todos aqueles que resistem à vontade do Eterno.

________________________________________

Domingo Ano Bíblico: 1Co 11–13

________________________________________

A visão e o juízo

“Um rio de fogo manava e saía de diante dEle; milhares de milhares O serviam, e miríades de miríades estavam diante dEle; assentou-se o tribunal, e se abriram os livros” (Dn 7:10).

Para que possamos entender como será o julgamento final será necessário primeiramente entender a nevuá, profecia em hebraico, que o Ruach há Kodesh inspirou um profeta judeu chamado Daniel. Embora Moisés seja considerado o maior dos profetas pelo motivo de D’us lhe falar “boca a boca” (Bamidbar,Números 12:08), Ele também Se revelava através de sonhos e visões a outros profetas utilizando símbolos como se fosse “vidros esfumaçados” que precisamos nos esforçar para enxergar através deles.
Na Bíblia Hebraica há ao todo quarenta e oito profetas e sete profetisas, cujos ensinamentos e revelações remetem à seu alicerce, isto é, a Torá de Moisés e os serviços do Tabernáculo e posteriormente aos do Templo em Jerusalém.
Daniel 7 INÍCIO

1. Leia Daniel 7:1-14. O que está acontecendo nessa passagem do Tanakh? Após a leitura em sua Bíblia Hebraica analise o quadro abaixo:

daniel 7 esboço judaico

Depois que Daniel viu os quatro animais, ele observou outro chifre surgindo entre os chifres do quarto animal. Esse “chifre pequeno” se tornou o principal inimigo de D’us e Seus santos. Então, de repente a atenção de Daniel se voltou da Terra escura para uma resplandecente cena de julgamento na sala do trono celestial (Dn 7:9-14).

A cena do juízo é o ponto central de toda a visão e envolve duas figuras principais, o Ancião de Dias ou “alguém entrado em anos” (vs 09) e o Filho do Homem ou “alguém semelhante ao homem” (vs 13). Anjos também estão ali, testemunhas do juízo. A cena se desdobra em três etapas:
1. A primeira é a cena do tribunal (v. 9, 10);
2. A segunda é o resultado do juízo sobre os violentos poderes da Terra (v. 11, 12);
3. A terceira é a transferência do domínio e do reino para o Filho do Homem (v. 13, 14).

D’us, é retratado como o majestoso Ancião de Dias, o sábio, justo e incomparável Juiz. “O Filho do Homem” é o Mashiach que representa a humanidade na corte celestial. Yeshua usou esse título muitas vezes para Se referir a Si mesmo e, pelo menos duas vezes, Ele evocou claramente as imagens de Daniel 7 (Mt 24:30; 26:64).

O Dia da Expiação, Yom Kipur, funciona como o cenário tipológico mais natural para essa cena do templo celestial. Na descrição, parece que o Sumo Sacerdote, o Cohen Gadol, celestial vem ao Ancião de Dias cercado por nuvens de incenso (Dn 7:13).
Biblia

Em Daniel 7:10, os livros foram abertos. Os livros têm um papel importante no julgamento celestial. Há vários livros de origem celestial conhecidos na Bíblia:
1. O “livro da vida” (Bíblia Hebraica: Tehillim, Sl 69:28; Bíblia Judaica Completa: Fp 4:3; Ap 3:5; 13:8; 17:8),
2. O livro memorial (BH, Malahi, Mal. 3:16), os livros das obras (BJC, Ap 20:12)
3. E o livro de Deus (BH, Shemot, Êx 32:32, 33; Tehillim Sl 56:8).
________________________________________

Segunda Ano Bíblico: 1Co 14–16

________________________________________

Modelo de julgamento

2. Leia Gênesis 3:8-20. O que D’us fez antes de pronunciar Seu julgamento?

O conceito de um juízo investigativo é bíblico. O processo judicial de D’us frequentemente inclui uma fase de investigação e inquérito. O primeiro exemplo é relatado em Gênesis 3, onde D’us investigou antes de pronunciar o veredito (Gn 3:8-19). A forma pela qual D’us lidou com Caim (Gn 4), Babel (Gn 11) e Sodoma (Gn 18, 19) seguem um padrão semelhante. Vemos D’us realizando a mesma ação que Ele requeria dos juízes em Israel, ou seja, inquirir, investigar e perguntar com diligência (Dt 13:14; Dt 19:18).

A investigação implica em consideração e justiça. Muitas vezes ela é pública. D’us permite que outros vejam o que Ele está fazendo. Dessa forma, quando Ele anuncia o veredito, seja de yeshu’ah, salvação ou condenação, os espectadores estão certos de que a ação divina é a melhor. Essa é exatamente a razão pela qual o julgamento celestial em Daniel 7 envolve livros. Os livros não estão ali por causa de D’us, para ajudá-Lo a Se lembrar com mais facilidade, mas para o benefício dos seres celestiais que O circundam e que, ao contrário de D’us, não conhecem todas as coisas.

4. Qual será o resultado do julgamento para os piedosos? Dn 7:22
______________________________________________________________________________________________________________________________

D'us abençoa

“O fato de que os reconhecidos filhos de D’us são representados como estando na presença do Eterno com vestes sujas, deve levar à humildade e profundo exame do coração, por parte de todos os que Lhe professam o nome. Os que estão, de fato, purificando o caráter mediante a obediência à verdade, terão de si mesmos uma opinião muito humilde. […] Mas, conquanto devamos reconhecer nosso estado pecaminoso, temos de confiar no Mashiach como nossa justiça, nossa santificação e redenção. Não podemos contestar as acusações de Satã contra nós. Somente o Mashiach, o Príncipe de Israel pode pleitear eficazmente em nosso favor. Ele é capaz de silenciar o acusador com argumentos fundamentados não em nossos méritos, mas nos dEle” (Ellen Goud White).

Como essas palavras nos ajudam a entender por que o julgamento é uma notícia muito boa?

________________________________________

Terça Ano Bíblico: 2Co 1–4

________________________________________

Hora do juízo

4. Leia Daniel 7:7-10, 21, 22, 25, 26. Quando acontece o julgamento de Daniel 7?

Tanto na visão quanto na interpretação do anjo, o julgamento segue como resposta de D’us à presunção do chifre pequeno e culmina com a transferência do reino para os santos de D’us. A Bíblia descreve o julgamento como ocorrendo no tempo em que o poder do chifre ainda existe (Dn 7:8, 9). O domínio do chifre é retirado somente depois que o tribunal julga. Quando o processo judicial termina, todos os reinos da Terra são destruídos (v. 26).

Evidentemente, isso significa que o juízo deve ocorrer quando o Mashiach ainda estiver realizando a última festa, Yom Kipur celestial, isto é, o julgamento para estabelecer, agora sim, e definitivamente a Era Messiânica. É um juízo pré-advento, que começa algum tempo depois do período de “um tempo, dois tempos e metade de um tempo” (v. 25). Como poderia haver recompensa ou punição final se não houvesse julgamento prévio?

De fato, os santos serão recompensados no momento da chegada do Mashiach, o que pressupõe que eles já terão sido julgados e então ocorrerá a ressurreição dos justos e o Olam Habá será estabelecido.

Assim como no Yom Kipur do Tabernáculo, Azazel que é Satã, será responsabilizado e condenado como a fonte de todos os pecados de Israel e da humanidade e levado ao deserto ou abismo (BJC Apoc. 20:01,02).

O Rei adora a D'us.png

5. Por que D’us precisa realizar um julgamento? O Eterno não “conhece os que Lhe pertencem”? Bamidbar, Números 16:05.

É claro que o D’us onisciente está plenamente consciente de quem é o Seu povo. Ele não precisa de julgamento para decidir quem será salvo. O juízo pré-advento, em vez disso, mostra que o Juiz é justo na yeshu’ah do Seu povo. Os seres celestiais precisam ter certeza de que os santos são aptos para a yeshu’ah. À medida que procuramos entender o significado do juízo, devemos nos lembrar do cenário do grande conflito entre o bem e o mal sugerido nesse texto, porque vemos as hostes angelicais testemunhando o julgamento. Outros seres têm interesse no resultado final do plano da yeshu’ah, salvação.

________________________________________

Quarta Ano Bíblico: 2Co 5–7

________________________________________

No fim do julgamento

6. Quais serão os resultados do juízo pré-advento? Dn 7

Considere, abaixo, os resultados do juízo em diversas ações de longo alcance:

O Mashiach será coroado. Ele receberá “domínio, e glória, e o reino”, (Dn 7:14), Ele estará no Tabernáculo Celestial até o momento do advento messiânico, ai então as profecias de dignidade e realeza do Rei Mashiach se cumprirão em toda a sua plenitude, pois, Ele já terá tratado da questão da rebeldia e do chet, pecado.

Os “piedosos do Altíssimo” receberão o reino para sempre. O julgamento é para benefício dos piedosos que receberão o reino de D’us (Dn 7:22). Inequivocamente, o Filho do Homem e os santos têm um relacionamento muito próximo. Quando o Filho do Homem receber Seu reino, convidará os piedosos para Se unirem a Ele. Seu reino é o reino deles (Dn 7:27). Esse julgamento levará a um tempo em que o Rei eterno estará reunido com Seu povo. Essa será a maior recompensa dos piedosos e do Mashiach.

A rebelião será derrotada e destruída. Os inimigos do povo de D’us serão julgados. Depois de “extenuar os servos”, o chifre pequeno será derrotado e destruído para sempre (Dn 7:25, 26).

Daniel o Profeta

A absoluta justiça de D’us será demonstrada. Uma vez que o julgamento nas cortes celestiais será público e os anjos participam das investigações sobre os assuntos humanos, todos podem ver por si mesmos que D’us é justo em Suas ações. Ele é capaz de manter tanto o amor quanto a justiça. Assim, no fim, o próprio D’us será vindicado, e todos reconhecerão que Ele é justo e amoroso. Todo o processo garantirá que o Universo será um lugar seguro para a eternidade (Tehillim, Salmo 51:4 BH; Rm 3:4 BJC).

O juízo pré-advento resultará na concretização da esperança de D’us e dos que esperam a chegada do Mashiach. O desejo de D’us é salvar Seu povo e erradicar o pecado, não deixando nenhuma dúvida sobre Seu amor e justiça. O anseio dos seres humanos é a salvação do pecado, da sua opressão em todas as formas e desfrutar vida eterna na presença dAquele que os ama. Assim, o julgamento será a garantia de um relacionamento eterno e confiante entre D’us e Sua criação.

O Olam Habá 1

“O grande conflito terminou. Pecado e pecadores não mais existem. O Universo inteiro está purificado. Uma única palpitação de harmonia e júbilo vibra por toda a vasta criação. DAquele que tudo criou emanam vida, luz e alegria por todos os domínios do espaço infinito. Desde o minúsculo átomo até o maior dos mundos, todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e perfeito gozo, declaram que D’us é amor” (Ellen Gould White).

________________________________________

Quinta Ano Bíblico: 2Co 8–10

________________________________________

Certeza responsável

7. Leia em Tehillim, Salmo 96:11-13. Qual é a razão para que toda a criação se alegre?

Por que alguém clamaria “Julga-me, Eterno” (Sl 7:8)? A razão é simples. Julgamento significa yeshu’ah: “Ó D’us, salva-me, pelo Teu nome, e faze-me justiça, pelo Teu poder” (Sl 54:1). O Salmo 26 é um apelo comovente por justiça e retidão. Davi expressou maravilhosamente a ideia de que D’us, o Juiz, está sempre ao lado de Seu povo fiel, e que Seu julgamento é mais do que desejável (Sl 26:1; 35:24; 43:1; 54:1). Julgamento implica vindicação.

O juízo pré-advento ameaça nossa certeza de yeshu’ah? Não, porque o resultado desse julgamento é certo. Ele favorece os piedosos (Dn 7:22). A obra do Eterno no juízo reafirma nosso perdão e intensifica nossa certeza, tornando nossos pecados eternamente irrelevantes. O julgamento é, na verdade, outra manifestação da nossa yeshu’ah. O julgamento não é o tempo em que Hashem decide nos aceitar ou nos rejeitar, mas, em vez disso, é o momento em que Ele define se O escolhemos verdadeiramente ou não, uma escolha revelada pelas nossas obras.

Mikvê
Para o crente, o julgamento aumenta a certeza. Colocando de maneira mais radical, o julgamento está no centro dos ensinamentos das Escrituras Sagradas.

8. Leia na Bíblia Judaica Completa 2 Coríntios 5:10 conforme abaixo. Como a realidade do juízo deve impactar nossa maneira de viver?

“Porque todos nós compareceremos perante o tribunal do julgamento do Messias, onde cada um receberá as boas ou más consequências das ações realizadas enquanto estava no corpo.”

O ensinamento bíblico não isenta o justo do julgamento. Embora os justos sejam defendidos no julgamento e seus pecados sejam apagados para sempre, a expectativa do julgamento os incentiva a ter uma vida de lealdade e responsabilidade. A certeza da yeshu’ah é, portanto, acompanhada pelo ímpeto motivacional para o comportamento correto. Visto que D’us fez tanto por nós, O amamos e procuramos expressar esse amor sendo fiéis em tudo o que Ele nos pede.

Um amigo expressa seu medo de D’us e, especialmente, do juízo. Como você pode ajudar essa pessoa a entender a boa notícia sobre o juízo e a desenvolver a certeza da yeshu’ah, salvação?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

________________________________________

Sexta Ano Bíblico: 2Co 11–13

________________________________________

Estudo adicional

“Aquele que mora no santuário celestial, julga justamente. Ele tem mais prazer em Seus filhos que pelejam com as tentações […] do que na multidão de anjos que Lhe circunda o trono”

“Satã tem […] conhecimento dos pecados que tem levado o povo de D’us a cometer, e lança contra ele suas acusações, declarando que, por seus pecados, perdeu o direito à proteção divina e afirmando que tem o direito de destruí-¬lo. […]

“Mas conquanto os seguidores do Eterno tenham pecado, eles não se entregaram ao controle das forças satânicas. Arrependeram-se de seus pecados e procuraram o Eterno em humildade e contrição; e o Advogado divino pleiteia por eles. Aquele que tem sido insultado ao máximo pela ingratidão deles, Aquele que conhece seus pecados e também sua contrição, declara: “O Eterno te repreenda, ó Satanás. Eu dei a Minha vida por essas pessoas, (veja Isaias 53), Elas estão gravadas na palma das Minhas mãos. Elas podem ter imperfeições de caráter; podem ter falhado em seus esforços; mas se arrependeram, e Eu os perdoei e aceitei” (Ellen Gould White,
Profetas e Reis, p. 588, 589).
O Olam Habá 2
“Então vi um novo céu e uma nova terra, pois o antigo céu e a antiga terra tinham passado, e o mar já não estava mais ali. Também vi a Cidade Santa, a Nova Yerushalayim, descendo do céu da parte de D’us preparada como uma noiva, lindamente vestida para seu marido. Ouvi uma forte voz vinda do trono, dizer:
– Vejam! A Shekinah de D’us está com a humanidade, e ele viverá com os homens. Eles serão seu povo, e ele próprio, D’us com eles, será o D’us deles. Ele enxugará dos olhos deles toda lágrima. Não haverá mais morte; nem tristeza, nem choro, nem dor; porque a antiga ordem já passou…
Então o anjo me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, fluindo do trono de D’us… Entre a rua principal e o rio, estava a árvore da Vida, que produz doze tipos de frutos, um tipo diferente a cada mês; e as folhas da árvore eram para a cura das nações – não haverá mais maldições…” Bíblia Judaica Completa, Apocalipse 21:01 a 04 e 22:01 a 03.
Perguntas para reflexão

Sabendo que o Mashiach faz tudo para nos dar Sua yeshu’ah, como poderemos descansar na graça do Eterno? __________________________________________________________